Maranhão ganha 23 medalhas nos dois dias das Paralímpiadas Escolares
A delegação maranhense ganhou 23 medalhas, onze de ouro, nove de prata e três de bronze, na soma dos dois primeiros dias de competições da 12ª Paralímpiadas Escolares. O evento está sendo realizado no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP). No atletismo, foram seis ouros, sete pratas e três bronzes. A natação rendeu mais três ouros; o judô uma prata e um ouro, e o tênis de mesa uma prata.
Além dos esportes medalhistas nessas Paralímpiadas Escolares, o Maranhão é bom em outra modalidade: o bocha, que é praticado por pessoas com paralisia cerebral, mas também reúnem tetraplégicos e paraplégicos. Em 2018, o esporte quebra o jejum de cinco anos, pois, nessa meia década, nenhum atleta do Maranhão representou o bocha nas Paralímpiadas Escolares.
Até que, o maranhense Victor Gustavo, que é portador de paralisia cerebral e deficiente físico, aceitou encarar o desafio de competir o bocha no campeonato. No Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP), o jogador de bocha está dando um show de superação, de melhoria na coordenação motora, e de autoestima. “Meu filho está até mais feliz”, disse Claudilene, que é mãe de Victor Gustavo.
“Victor treinou apenas três meses. Sua missão nas Paralímpiadas Escolares é tão mais importante quanto ganhar medalhas; graças a ele, o leque de modalidades que o Maranhão participa no evento se abriu”, disse o técnico de bocha da delegação maranhense nas Paralímpiadas Escolares, Herlon Azevedo.
Segundo o técnico, o bocha é um jogo de bolas branca, azuis e vermelhas. O bocha paraolímpico tem algumas diferenças do convencional. A principal delas está na quadra, mais ampla. São seis metros de largura por 12,5m de comprimento. Destes, 2,5m são destinados aos atletas e os outros dez compõem o campo do jogo.
Os atletas são divididos em quatro categorias: BC 1, 2, 3 e 4. Na BC 1, o auxíliar só pode entregar a bola ao atleta e ajudá-lo a se estabilizar na cadeira de rodas. Na BC 2, não há auxiliar. Ajuda, só do árbitro, se tiver de entrar no campo.
A BC 3 é disputada por pessoas com disfunção motora severa. Além da presença de auxiliar, é necessário o uso de uma calha para que a bola seja empurrada por uma haste normalmente presa à cabeça. O auxiliar tem de estar de costas para o campo. Por último, a BC 4, disputada por atletas com pequenas disfunções, o jogador é quem lança a bola. Não há ajuda de auxiliar.
A participação do Maranhão nas Paralímpiadas Escolares conta com o apoio da Secretaria de Estado do esporte e Lazer (Sedel). Nessa quinta-feira (22), que foi o segundo dia de provas, os paratletas maranhenses foram assistidos pelo secretário da Sedel, Hewerton Carlos Rodrigues Pereira.
“Me sinto grato em ver de perto que o fomento ao esporte tem contemplado também aos atletas com deficiência. Percebo que existe uma retribuição calorosa à luta dos técnicos e professores. Os resultados estão aí, o número de medalhas vem crescendo. Não há alegria maior que ver o crescimento na auto estima desses atletas, vê-los socializar, evoluir. A medalha mesmo é simbólica, porque o melhor resultado disso tudo é ver o benefício que o esporte causa na realidade de cada um deles”, declarou Hewerton Pereira.