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Por dentro da Fórmula 1: fase de ouro e muito preparo

Após alguns anos de recessão, em parte devido às restrições de mobilidade em 2020 e ao declínio da cultura automobilística em geral, a Fórmula 1 parece finalmente estar voltando a um momento de ouro. O último havia sido na década de 80 e no início dos anos 90. Essa fase guarda grandes expectativas, que em breve serão postas a teste no Grande Prêmio em Bahrein.

Momento de renascimento

A Fórmula 1 é um dos esportes mais populares do mundo. No Brasil, é o 2º mais assistido online, junto com o UFC, atrás apenas do futebol e na frente do vôlei. O esporte passava por algumas dificuldades, mas parece ter retornado com gás (ou gasolina) graças à ampliação de novos contratos e à atração de públicos mais jovens. O momento promissor é decorrente de campanhas estimuladas pelo grupo Liberty Media, que comprou os direitos da Fórmula 1 em 2016.

Mais conteúdo e interação passaram a circular nas redes sociais, inclusive a formação de uma nova geração de torcedores por meio da série Drive to Survive, na Netflix, que já está na 5ª temporada. A “fórmula da Fórmula” deu tão certo que a Arábia Saudita ofereceu US$20 milhões de fundos ao grupo, quantidade quase três vezes maior do que a desembolsada em 2016.

Pilotos focados

Pilotos de um carro da Fórmula 1 requerem, obviamente, excelente comando no volante. Mas o que poucos torcedores devem saber é que o preparo dos pilotos pode ser tão intenso quanto o de qualquer outro esportista. São muitas sessões de ginástica, corrida a pé ou de bicicleta, além de muitos treinos para o pescoço. Ainda que essenciais, esses treinos são apenas uma representação parcial, pois não podem simular a reação do corpo dentro do carro, que conta com movimentos bruscos provenientes da aceleração e desaceleração.

Cada carro pode ter qualidades próprias – os de 2023 ainda não foram divulgados por todas as equipes, mas recentemente a Haas mostrou a pintura do seu carro. As especificidades importam porque, por exemplo, ao frear o carro, o piloto precisa fazê-lo de maneira muito abrupta, o que requer força. Caso não tenha treinado, esse esforço pode comprometer a sua musculatura. O pescoço também é uma área muito sensível pelo mesmo motivo. A força lateral em curvas e momentos de desaceleração equivale 6 vezes à da gravidade, o que demanda do pescoço postura adequada para segurar a cabeça.

E não para por aí. A lombar também está exposta durante a corrida, pois o piloto fica quase deitado no assento. Vale lembrar que o assoalho do carro não oferece muito conforto e não é acolchoado. Além disso, modelos de carros mais atuais têm passado por modificações que afetam essa parte.

Trocadilhos à parte, as competições realmente possuem um ritmo acelerado: com 23 corridas cobrindo 21 países (entre 4 continentes e 39 semanas contadas a partir do Grande Prêmio em Bahrein), os pilotos precisam dedicar 50% do tempo de treino à preparação mental, a fim de que o corpo gaste o mínimo de energia possível.

Com novas contratações, atração de público e todo esse preparo, há grande expectativa de que o esporte se torne mais inclusivo e de que haja alternância nos pódios. Que a largada seja dada.